sábado, 24 de janeiro de 2015

DECEPÇÕES AMOROSAS: Flores murchas


 
 
Na mesa do bar, Camilo assistia atentamente a cantora no palco falar de amores, romances, desejos, em sua canção. O gelo derretia lentamente no copo de uísque, no compasso dos beijos ardentes que o casal da mesa ao lado encenava. Parecia que naquela atmosfera romântica os casais se multiplicavam, todo mundo se envolvia com a doce voz vinda do palco, era proibido estar só. Com um buquê de flores sobre a mesa, já murchas, Camilo era o único solitário naquela noite, que sonhara ser perfeita, como todos sonham quando desejam uma reconciliação. Mas, a mulher que ele esperava nada lhe prometera, apesar de seu perseverante esforço, e apenas um aviso lhe deixou. A noite assim foi se aprofundando, o bar ficou deserto, qual o coração de Camilo, onde existia um eco apenas: “Se eu não aparecer, esqueça-me!”.



SÉRIE: DECEPÇÕES AMOROSAS
MINICONTOS DE ALEXANDRE CAMPANHOLA


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